Comando da Polícia investiga uso de animais silvestres
Foi publicada no Boletim do Comando Geral da Polícia Militar a abertura de sindicância para averiguar a denúncia de utilização irregular de animais silvestres em instrução no Regimento de Policiamento Montado – Cavalaria. Trata-se da edição do BCG de n°217, publicada no último dia 19.
A Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará (ACSMCE) recebeu a denúncia anônima de que animais silvestres seriam utilizados em instruções militares de forma ilegal e/ou causando constrangimento a alunos do Curso de Formação da Cavalaria. As fotografias datam do primeiro semestre deste ano e foram feitas na sede do Batalhão da Cavalaria da PMCE, em Messejana.
Nas imagens, há registros de uma cobra jiboia solta em sala de aula e até uma ave morta sobre a cabeça de um policial militar – situações que supostamente agridem as leis federais 5.197/67 (de Proteção aos Animais Silvestres) e a Lei n° 9605/98 (sobre os Crimes Ambientais), bem como não se relacionam a um conteúdo previsto legalmente na formação do policial militar.
De acordo com o Comandante da Cavalaria na época do curso de Formação e responsável pelo manuseio dos animais silvestres, Ten Cel Ghiorgiony Franklin da Silva, a utilização da cobra em sala de aula visava demonstrar que o animal só ataca se sentir coagido. O objetivo, portanto, visava desmistificar a agressividade da jiboia.
O paradeiro dela até hoje é indefinido: na versão do então comandante da Cavalaria, a cobra foi solicitada e devolvida ao Zoológico Sargento Prata; o coordenador geral do órgão, Evandro Silva, negou que o animal foi retirado com finalidades militares.
O Comando de Policiamento Ambiental, responsável em resgatar qualquer animal silvestre para a Central de Triagem do Ibama, desconhece o envio oficial da cobra rumo à Cavalaria. A denúncia enviada à ACSMCE, por sua vez, afirma que o animal foi abatido e assado em churrasco.
Ao encaminhar a denúncia para o Comando Geral da Polícia Militar, a associação espera que a investigação militar apure a conduta dos oficiais responsáveis a fim de que os praças sejam qualificados de acordo com suas funções militares, sem violentar a dignidade humana. Além disso, espera que que os animais silvestres sejam protegidos, cumprindo-se o que dispõem as referidas leis federais.
FONTE:ASSOCIAÇÃO DOS CABOS E SOLDADOS DO CEARÁ
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